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‘O que elas têm de comum além do fato de serem MC’s? Primeiramente, todas encontraram resistência de familiares ou amigos na hora que disseram que rimavam e que pretendiam levar o rap a sério. Além disso, todas botavam fé no ritmo e poesia e encaravam a música com respeito, acima de tudo. Só que os pontos em comum terminam por aí, já que cada uma tem o seu estilo de rima e suas influências.’ (trecho do texto ‘Quatro histórias e um caminho de Eduardo Ribas – Perraps)
‘A noite era de rosas. As cores e os perfumes tomaram conta do Espaço Soma… Na direção do PRESENÇA FEMININA, Lígia (sem tirar os créditos do super Mumu, mas hoje a noite é delas, sabe né) orquestrou lindamente o desfile de talentos que por ali passaria. Como não prestigiar o que o lado mais sensível do rap está aprontando? Sensível sim, frágil, há tempos que não. Falar de espaço para as mulheres já virou passado. O lugar está conquistado e dizer que “tá bacana por vir de uma mina” virou sinônimo de ignorância. Elas representam no mic, nas pick ups, nos beats, no break, no spray, nas fotos, na produção de eventos lindos como este. No palco e nos bastidores.’ (trecho do texto “Hey Ladies” da Carlinha Arakaki, no seu blog Café com bolachas, sobre o evento).
O evento foi realmente lindo e marcante. Casa cheia (quero dizer LOTADA), e quem demorou um pouco mais pra chegar ficou do lado de fora mesmo, esperando alguém sair pra tentar entrar. Foi uma confraternização, onde encontramos amigos e conhecidos, todos empolgados com os shows, admirando as exposições, curtindo ao som da Applebum Crew, que foi responsável pela discotecagem na festa. E fizeram bonito, todas, sem exceção.
O mais legal foi que as mulheres que se apresentaram fizeram sua parte lindamente, sem ficar se apoiando em cima de clichês e atitudes manjadas. Muito pelo contrário, cada uma com sua personalidade e levada, cantaram sobre seu cotidiano, sobre amores, problemas, revoltas, vontades, metas e claro: realizações.
Ontem, eu li uma frase no twitter do Projeto Nave que condiz bem com esse momento: ‘Se você não faz a diferença, não há valor algum em querer ser diferente!’ E é fato: cada uma das Mc’s com suas características mais marcantes, diferentes entre si, mas com a mesma vontade: levar o rap delas além, trazer seus versos pros nossos ouvidos, e mesmo que as letras muitas vezes soem bem pessoais, façam com que nós – garotas, mulheres e etc nos identifiquemos com tantas histórias. E o mais importante: elas fazem sim, a tal diferença!
STEFANI
Stefanie fez muito barulho, cantando só em beats pesados, junto com DJ Nato PK
‘Meu, eu não acredito, minha mãe tinha dito pra eu fazer medicina, minha família me forçando, depois que escutei sua música eu dei outro rumo pra minha vida!’, lembra Stefanie, reproduzindo a fala de sua fã.*
Stefanie participa de um som de Lurdez da Luz, chamado "Andei"
NATHY
‘Estou feliz com o resultado: músicas tocando nas festas, discos vendendo bem e o clipe em breve disponível’ – Nathy Mc, sobre o andamento de sua carreira’*
Momento de concentração: Nathy minutos antes do seu show
Nathy Mc - Cantou em batidas cheias de groove. Dj: Soares. Mais a part. de Ogi
LURDEZ DA LUZ
‘Era Raio-X do Brasil no walkman e eu na Avenida Tiradentes, puta da vida com o mundo, cantando alto junto com Brown na rua, de calça larga”, recorda Luana Dias, cujo pseudônimo no rap é Lurdez da Luz.*
Lurdez da Luz e seu parceiro do Mamelo Sound System: Rodrigo Brandão
FLORA MATOS
‘Quando eu tinha entre quatro e seis anos meu pai me apresentou o pessoal do Câmbio Negro’, recorda Flora Matos, que apesar de seus 21 anos, é a que possui a lembrança mais remota em relação ao rap.*
Flora e suas backing vocals embalaram o +Soma
APPLEBUM
A crew Applebum. Foto: Carla Arakaki
O evento foi um sucesso, lotado do começo ao fim. Além de fotografar e filmar, pude me divertir muito com meus amigos, naquele clima que eu citei anteriormente: de confraternização, de familia reunida. Quero agradecer a Lígia e ao Munhoz pelo convite e oportunidade de terem me chamado pra fazer as fotos de divulgação do Presença Feminina. Como fotógrafa iniciante, fico honrada pela confiança. Até porque parte desse material de divulgação foi publicado em várias matérias, on line e impressas, como no caso da Folha de São Paulo de ontem (15/03). Quanto ao conteúdo on line, vou deixar alguns links aqui pra quem quiser conferir:
‘Quatro histórias e um caminho’
pelo meu parceiro Eduardo Ribas, no Perraps
‘Evento em SP destaca mulheres do rap’
por Patrícia Colombo, na Rolling Stones
‘Presença Feminina’, Applebum Crew convida para o evento
no site NOIZ
Videocast na Folha On line
E as fotos de divulgação, alguém lembra? Taí, time de peso. Nas rimas e nos scratchs também…
As Mc's. O photoshoot foi em Janeiro/2010
Applebum - do meu photoshoot em Fevereiro/2010
Eu esqueci de comentar por aqui, mas abri uma conta no Flickr só para as minhas fotos relacionadas a Hip Hop e cultura urbana em geral. Então, sempre terão fotos de eventos, backstages, festas e etc. Pra conhecer, é só clicar aqui: Playmoshoots!
E é isso…que venham muitas outras oportunidades, parcerias, eventos e contribuições.
O público, e o hip hop em si agradece! We live this. We made this!
*Depoimentos das Mc’s: são fragmentos do texto de Eduardo Ribas, no Perraps.
After the party: Mc Stefanie, myself, Ju e Pathy de Jesus, Dj Mayra, Flora Matos e DJ Tati Laser. Ora bolas, somos as Meninas Super Poderosas também haha
Só alegria! Foto: Mila Kodaira =)
P.S: Thanks God, por eu poder unir minhas duas maiores paixões no trabalho. Rap & Fotografia. Amém!
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